DOI: 10.5281/zenodo.15751717

 

Rosely Faria de Sá

Licenciada plena em História. Especialista em Gestão e Avaliação da Educação Pública (Universidade de Pernambuco – UPE), em Educação Especial e Inclusiva (Centro Universitário Redentor) e em Planejamento Educacional (Universidade Salgado de Oliveira). Atua como professora na Rede Pública Estadual e Municipal de Pernambuco.

 

RESUMO

O presente artigo tem como objetivo investigar as narrativas e memórias dos ribeirinhos após a construção da Barragem Luiz Gonzaga, localizada na cidade de Petrolândia, Pernambuco, Brasil. Este fenômeno resultou em uma significativa transição no modo de vida dessa população, caracterizada pela desterritorialização do grupo. As transformações vivenciadas pela comunidade deixaram marcas profundas, o que confere a esta pesquisa um caráter social e empírico, centrado em indivíduos que habitam as margens do Rio São Francisco e que se identificam como ribeirinhos. O referencial teórico adotado fundamenta-se na metodologia e na técnica da história oral de vida, conforme discutido por autores como Bom Meihy (1996b). As narrativas coletadas revelam que as reminiscências dos ribeirinhos transcendem uma mera descrição do deslocamento espacial, evidenciando a complexidade das mudanças ocorridas em suas vidas. Nesse contexto, destaca-se que a principal questão enfrentada por esses indivíduos não se restringiu ao aspecto espacial, mas envolveu uma profunda reorganização afetiva e a reconfiguração de seu sentimento de pertencimento, repercutindo diretamente em suas formas de ser e viver.

Palavras chave: Ribeirinhos; Identidades; Desterritorialização; Pertença.