Rosely
Faria de Sá
Licenciada
plena em História. Especialista em Gestão e Avaliação da Educação Pública
(Universidade de Pernambuco – UPE), em Educação Especial e Inclusiva (Centro
Universitário Redentor) e em Planejamento Educacional (Universidade Salgado de
Oliveira). Atua como professora na Rede Pública Estadual e Municipal de
Pernambuco.
RESUMO
O
presente artigo tem como objetivo investigar as narrativas e memórias dos
ribeirinhos após a construção da Barragem Luiz Gonzaga, localizada na cidade de
Petrolândia, Pernambuco, Brasil. Este fenômeno resultou em uma significativa
transição no modo de vida dessa população, caracterizada pela
desterritorialização do grupo. As transformações vivenciadas pela comunidade
deixaram marcas profundas, o que confere a esta pesquisa um caráter social e
empírico, centrado em indivíduos que habitam as margens do Rio São Francisco e
que se identificam como ribeirinhos. O referencial teórico adotado
fundamenta-se na metodologia e na técnica da história oral de vida, conforme
discutido por autores como Bom Meihy (1996b). As narrativas coletadas revelam
que as reminiscências dos ribeirinhos transcendem uma mera descrição do
deslocamento espacial, evidenciando a complexidade das mudanças ocorridas em
suas vidas. Nesse contexto, destaca-se que a principal questão enfrentada por
esses indivíduos não se restringiu ao aspecto espacial, mas envolveu uma
profunda reorganização afetiva e a reconfiguração de seu sentimento de
pertencimento, repercutindo diretamente em suas formas de ser e viver.
Palavras chave: Ribeirinhos; Identidades; Desterritorialização; Pertença.